O
Transtorno do Pânico é comum,
pode ser claramente definido,
diagnosticado e tratado.
O
transtorno do pânico é definido como crises recorrentes
de forte ansiedade ou medo. As crises de pânico são
intensas, repentinas e inesperadas e provocam nas pessoas sensação
de mal estar físico e mental junto a um comportamento de fuga
do local onde se encontra, seja indo para um pronto socorro, seja
buscando ajuda de quem estiver próximo.
A
reação de pânico é normal quando existe
uma situação que favoreça seu surgimento. Estar
num local fechado onde começa um incêndio, estar
afogando-se ou em qualquer situação com eminente perigo
de morte, etcl. O pânico passa a ser identificado como
patológico e por isso ganha o título de transtorno do
pânico quando essa mesma reação acontece sem
motivo e espontaneamente. Nas situações em que a
própria vida está ameaçada o organismo toma
medidas que normalmente não tomaria, perdendo o medo dos
pequenos perigos para livrar-se de um perigo maior. Para fugir de uma
cobra podemos subir numa árvore mesmo tendo medo de altura ou
fazendo esforços incomuns, sofrendo pequenos ferimentos que no
momento não são percebidos. O estado de pânico é
portanto uma reação normal e vantajosa para a
auto-preservação. Aqueles que fogem mais rapidamente do
perigo de morte têm mais chances de sobreviver.
Sintomas:
Dentre vários sintomas pelo menos quatro dos seguintes devem
estar presentes:
- Aceleração da frequência cardíaca ou sensação de batimento desconfortável.
- Sudorese difusa ou localizada (mãos ou pés).
- Tremores finos nas mãos ou extremidades ou difusos em todo o corpo.
- Sensação de sufocação ou dificuldade de respirar.
- Sensação de desmaio iminente
- Dor ou desconforto no peito (o que leva muitas pessoas a acharem que estão tendo um ataque cardíaco)
- Náusea ou desconforto abdominal
- Tonteiras, instabilidade, sensação de estar com a cabeça leve, ou vazia.
- Despersonalização ou desrealização.
- Medo de enlouquecer ou de perder o controle de si mesmo.
- Medo de morrer.
- 12-Alterações das sensações táteis como sensação de dormências ou formigamento pelo corpo.
- Enrubescimento ou ondas de calor, calafrios pelo corpo.
Teorias
Fundamentais sobre o Tratamento do TP
Neuroanatômica:
Baseada no princípio de que o ataque de pânico é
uma perturbação do sistema fisiológico que
regula as crises normais de medo e ansiedade.
Comportamental
Para o modelo comportamental a teoria neuroanatômica é
insuficiente. Vários princípios comportamentais estão
envolvidos no desenvolvimento do pânico: o condicionamento
clássico, o princípio do medo do medo, a teoria da
interpretação catastrófica e a sensibilidade à
ansiedade. No princípio do condicionamento clássico o
paciente desenvolve o medo a partir de um determinado estímulo
e, sempre que exposto a esse estímulo, a recordação
de medo é evocada fazendo com que a pessoa associe a idéia
do medo ao local onde se encontra.
Psicanalítica
A
teoria psicanalítica afirma que as crises de pânico se
originam do escape de processos mentais inconscientes até
então reprimidos. Quando existe no inconsciente um processo
como uma idéia, ou um desejo, ou uma emoção com
o qual o indivíduo não consegue lidar, as estruturas
mentais trabalham de forma a manter esse processo fora da consciência
do indivíduo. Contudo quando o processo é muito forte
ou quando os mecanismos de defesa enfraquecem, os processos
reprimidos podem surgir "desautorizadamente" na consciência
do indivíduo pela crise de pânico. A mente nesse caso
trabalha no sentido de mascarar a crise de tal forma que o indivíduo
continue sem perceber conscientemente o que de fato está
acontecendo consigo. Para que esses sentimentos negativos permanecem
longe da consciência a estrutura mental do indivíduo
mantém o desejo reprimido. Caso esse desejo surja apesar do
esforço por reprimir, o aparato mental transforma o desejo
noutra imagem, podendo esta ser uma crise de pânico.
Não
confundir com:
Transtorno
De Ansiedade Generalizada
é basicamente uma preocupação ou ansiedade
excessivas, ou com motivos injustificáveis ou desproporcionais
ao nível da ansiedade observado. Para que se faça o
diagnóstico de ansiedade generalizada é preciso que
outros transtornos de ansiedade (como o pânico e a fobia
social) tenham sido descartados. É necessário que essa
ansiedade excessiva dure por mais de seis meses continuamente e
precisa ser diferenciada da ansiedade normal. Preocupar-se e ficar
ansioso não é apenas uma reação normal,
mas necessária para a boa adaptação individual à
sociedade e ao ambiente. Como o estado de ansiedade perturba a visão
que a pessoa tem a respeito de si mesma e a respeito do que acontece
no ambiente, é necessário que esse diagnóstico
seja sempre feito por um especialista. A informação das
características da ansiedade generalizada não é
suficiente para que uma pessoa se autodiagnostique. Mesmo um
psiquiatra não teria condições de realizar esse
diagnóstico a respeito de si mesmo porque ele não teria
imparcialidade para julgar o que tem. A
ansiedade
é um sinal de alerta, que adverte sobre perigos iminentes e
capacita o indivíduo a tomar medidas para enfrentar ameaças.
O medo é a resposta a uma ameaça conhecida, definida;
ansiedade é uma resposta a uma ameaça desconhecida,
vaga. A ansiedade prepara o indivíduo para lidar com situações
potencialmente danosas, como punições ou privações,
ou qualquer ameaça a unidade ou integridade pessoal, tanto
física como moral. Desta forma, a ansiedade prepara o
organismo a tomar as medidas necessárias para impedir a
concretização desses possíveis prejuízos,
ou pelo menos diminuir suas conseqüências
A
fobia
social
é a intensa ansiedade gerada quando o paciente é
submetido à avaliação de outras pessoas No
momento em que a pessoa é exposta a situação
fóbica, a crise de ansiedade é de tal forma intensa que
parece uma crise
de pânico
A
agorafobia
é
o comportamento de evitação provocado por lugares ou
situações onde o escape seria difícil ou
embaraçoso caso se tenha uma crise de pânico ou algum
mal estar. A relação entre a agorafobia e o pânico
é muito próxima. Existe transtorno do pânico sem
agorafobia, mas a agorafobia sem pânico é rara, havendo
até mesmo quem afirme que não existe agorafobia
isoladamente.
Vera
Lucia Eleone
Psicoterapeuta-Psicanalista
Clínica
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