quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Geometria Sagrada: O Significado da Espiral

A espiral é a essência do mistério da vida. Assim como se centra, ela também para, se encontra, se retorce e, então, desce e sobe novamente em graciosas curvas. O tempo se retorce em torno de si mesmo, trazendo os ecos e vibrações enquanto que os caminhos vivos da espiral passam próximos um do outro. 


A vida corre por estradas sinuosas, os seres se encontram em determinados pontos de suas caminhadas, se entrelaçam, se afastam, partem, retornam às origens. O ponto de partida também é o ponto de chegada trazendo-nos a questão do retornar sempre, reencontrar-se e se renovar.


As espirais também circulam dentro de nós, a energia circula em espiral, é onde a matéria e o espírito mais perfeitamente se encontram, e o tempo, por ele mesmo, não existe. Os nativos lembram as diversidades da vida e dos caminhos, e não compreendem o mundo de forma linear, o seguir em frente em uma única direção como se a vida fosse uma linha reta traçada entre um ponto de início e um de término. O destino é sempre ir além. O grande desafio de todo ser, por natureza um guerreiro trilhando as estradas das espirais da vida, é essa busca, é o retorno, é a partida, é caminhar em círculos/ciclos assim como caminha a natureza, pois somos parte dela. É fazer girar a roda do tempo, não nos prendendo em nenhum ponto em específico porque, assim, podemos vislumbrar os mais diversos pontos que compõem a espiral.

Sobre as formas espiraladas e circulares, Lobo Negro, dos Oglala Sioux coloca o seguinte:


*Tudo que o poder do mundo faz é feito em círculo. O ceú é redondo, e tenho ouvido que a Terra é redonda como uma bola, e assim também o são as estrelas. O vento, em sua força máxima, rodopia. Os pássaros fazem seus ninhos em círculos, pois a religião deles é a mesma que a nossa. O sol nasce e desaparece em círculo em sua sucessão, e sempre retornam outra vez ao ponto de partida. A vida do homem é um círculo, que vai da infância até a infância, e assim acontece com tudo que é movido pela força. Nossas tendas eram redondas como os ninhos das aves, e sempre eram dispostas em círculo, o aro da nação, o ninho de muitos ninhos, onde o Grande Espírito quis que nós chocássemos nossos filhos.*


Para os antigos celtas essa é toda a essência do mistério da vida. O circular, o espiralado. O tempo, uma das triplas linhas tão importantes para o imaginário celta, se retorce em torno de si mesmo. 

Os astecas achavam que certas flores que tinham em seu centro espirais, eram a alegria do mundo, mostrando o ciclo do sol, quando nasce e se põe, as estações, solstícios, ciclos assim como a vida dos homens. 

Os orientais falam da kundalini, do fluxo de uma energia em espiral, dos redemoinhos energéticos que perambulam nossos corpos.

 

Como vórtex de energia, as espirais encontradas em vestígios antigos expressavam um entendimento do cosmos, da energia vibrante, da vida, ou o seu contrário. Tradicionalmente, os ancestrais compreenderam que espirais no sentido horário representavam o nascer, o sol, a vida, o mundo de cima, a transformação pelas experiências exteriores. Para o sentido anti-horário, representavam a lua, a morte, o outro mundo, o mundo de baixo, o mundo dos sonhos e alucinações, intuição, as experiências transformadoras vindas do nosso interior.

Para os hindus, o que no nosso mundo terrestre era no sentido anti-horário, para a esquerda, no outro mundo, correspondia ao sentido horário. 

Hoje sabe-se que esses simbolismos expressam as funções cerebrais, o lado esquerdo do cérebro regula o lado direito de nosso corpo, o lado direito regula o lado esquerdo do corpo. Nem bom, nem mal, apenas diversidades que compõe o universo, uma perfeita simbiose, uma perfeita composição de energias.

Se vermos vários locais sagrados dos antepassados, desde o paleolítico, em qualquer parte do mundo, notaremos sempre a compreensão circular e espiralada. A espiral é a energia vital, é a energia em movimento, é a própria jornada.

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

SOBRE FAMILIA

 *Qual Significado de Família você  se vê  inserido?*



*Segundo os dicionários:*


substantivo feminino, Grupo das pessoas que compartilham a mesma casa, especialmente os pais, filhos, irmãos etc.

Pessoas que possuem relação de parentesco.

Pessoas cujas relações foram estabelecidas pelo casamento, por filiação ou pelo processo de adoção.

Grupo de pessoas que compartilham os mesmos antepassados.


*No sentido figurado, aquele mais  romantizado  e que usamos quando escolhemos pessoas:*


Grupo de indivíduos ligados por hábitos, costumes, comportamentos ou interesses oriundos de um mesmo local.

Grupo de indivíduos com qualidades ou particularidades semelhantes.


*Ainda temos outras definições*:


Biologia: Uma das categorizações científicas dos organismos vegetais, animais ou minerais, composta por inúmeros gêneros que compartilham características semelhantes: a violeta é da família das violáceas.


Gráficas: Reunião de tipos em que o desenho demonstra qualidades básicas iguais.


Química: Localização dos elementos que compõem as colunas, sendo reunidos pela semelhança de suas propriedades; grupo.



Eu preferia ter uma  família onde pessoas que, mesmo não partilhando  a mesma casa, com ou sem grau de  parentesco  ou semelhança, com antepassados diferentes, não pertencendo  ao mesmo  grupo químico/biologico/gráfico/figurado ou etimológico, convivesse em harmonia de tal forma, que todas essas formas diferentes de agrupamento não passasssm de meras conjecturas idiotas, quando comparadas ao alto grau de amizade,  companheirismo, compreensão, compartilhamento, amizade e amor que cada um de nós, de  per si, tanto  necessita e busca em tantos lugares fora das famílias.


Vera Eleone 

Outubro/2020

quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Quando chega a sabedoria!

 A menopausa é o limiar do tempo mais sagrado da existência terrena da mulher, tempo em que ela pode finalmente descobrir os significados mais profundos que busca.

Este rito de passagem é comumente silencioso, uma jornada quase não mencionada e misteriosa.

Fazemos brincadeiras com nossas ondas de calor na tentativa de torná-las menos assustadoras, mas não fazemos ideia de que tais sintomas de desequilíbrio hormonal são também o acender de um fogo interior que prepara a mulher para uma nova fase incrivelmente poderosa de sua vida.

A fase de mudanças é um período de liberação em que a mulher começa a colher os frutos de tudo o que ela aprendeu e realizou. A menopausa é um processo de renascimento do qual a mulher emerge com novas responsabilidades, novos espelhos e novo poder.

Infelizmente, ainda permanece arraigado em nossa sociedade de que com a idade ficamos feias e em consequência disto, as mulheres costumam acreditar que perderão terreno para mulheres mais belas e mais jovens, que quando sua beleza exterior se desvanecer, elas perderão seu poder. Se não mudarmos a maneira de perceber o significado mais profundo da vida, essa suposição continuará sendo, pelo menos parcialmente, verdadeira.

Precisamos reaprender a ver a profunda beleza interior que advém da idade – a beleza que se torna visível pela virtude de seu poder inato. Ao perceber essa beleza, você a expressará e todos com quem você entrar em contato serão influenciados por sua força recém-descoberta, sua consciência elevada e o encanto que emana do fundo do seu ser.

Com a invenção da letra impressa, o propósito e a posição da pessoa idosa mudou definitivamente na sociedade. Desde o advento da letra impressa não houve mais a necessidade das histórias contadas à luz do fogo, noite adentro. Não há mais casos narrados sabiamente pelos avôs e avós da aldeia que tinham vivido a história que seus descendentes ansiavam por ouvir. Houve um tempo em que os anciões eram importantes, eles detinham posições respeitáveis. Hoje, tudo isso mudou. Nas antigas tradições um velho ou uma velha sempre foi a pessoa mais poderosa e respeitada de seus membros, e tradicionalmente as mais sábias de todos eram as mulheres, as que detém seu poder e seu sangue. Elas são mulheres de sangue sábio, as mulheres que passaram para a menopausa.


Diferente da mulher que menstrua e que entra em contato com o seu poder interior durante a fase menstrual, a mulher pós-menopausa tem acesso permanente aos planos sutis, podendo ultrapassar o limiar entre os mundos sempre que quiser, não mais restringida pelo seu ciclo. Adquirindo esta nova habilidade da percepção constante dos dois mundos, a mulher, ao guardar seu sangue e não mais vertê-lo, torna-se uma curadora, xamã, profetisa ou sacerdotisa em potencial. Este era o dom reconhecido e valorizado antigamente, quando as mulheres idosas eram respeitadas como conselheiras, guardiãs das tradições, intermediárias entre a comunidade e os espíritos ancestrais, mestras nas curas, oráculos e nos ensinamentos passados para as novas gerações.