A
mãe e seu bebê. Os primeiros dias de uma nova vida. A
descoberta um do outro. Um inexplicável sentimento adoçando
cada gesto. E em cada gesto um pequeno milagre: a liberação
de um hormônio que vai acompanhar esse novo ser pela vida
afora.
É
no hipotálamo, na região central do cérebro, que
a ocitocina é produzida. Até pouco tempo atrás,
os cientistas sabiam só que esse hormônio tinha papel
fundamental nas contrações do parto e na amamentação.
Mas as pesquisas avançam rápido, e novos enigmas vão
sendo desvendados. Por exemplo: animais mais ricos dessa substância
tendem a ser mais fiéis em suas relações.
E,
nos laboratórios, a ocitocina ganhou um apelido carinhoso:
hormônio do abraço.
"Um
dos grandes estímulos para a liberação de
ocitocina é o contato físico. O abraço nada mais
é do que contato físico, uma manifestação
de carinho, de acolhimento",
E
isso não vale só entre mães e filhos. Todo e
qualquer afeto tem o mesmo efeito. Pode ser entre amigos, parentes,
namorados e até com o bichinho de estimação.
Amar faz bem ao coração. A ação da
ocitocina provoca a redução dos batimentos cardíacos
e diminui a pressão arterial.
As
mulheres levam vantagem nessa química. Os hormônios
femininos combinados com a ocitocina tornam o hormônio do
abraço ainda mais poderoso. E é em momentos de tensão
que ele mostra toda a sua força.
"Se
você for a uma consulta médica com um amigo – ou
sozinho, mas receber uma borrifada de ocitocina antes da consulta –
sua reação de estresse é diminuída. Você
libera menos cortisol e menos adrenalina. A freqüência
cardíaca também é reduzida. Então, um
amigo ou a ocitocina tem a mesma função de acalmar e de
reduzir o estresse",
É
como se cada abraço fosse uma pequena vitória contra o
estresse. Na luta diária, outros hormônios que nos
deixam em estado de alerta perdem a vez.
"O
que a ocitocina faz é modificar as fontes de adrenalina e
cortisol, tornando essas fontes menos estimuláveis. Dessa
forma, a liberação de adrenalina e cortisol se torna
reduzida. A sensação final é de enorme
bem-estar. Vamos pensar o seguinte: a ocitocina é liberada no
orgasmo. Preciso dizer mais alguma coisa?",.
E
o melhor de tudo: nada indica que a produção de
ocitocina vá diminuindo com o passar do tempo. Na juventude ou
na velhice, ela está sempre pronta a entrar em ação.
Basta ter um bom motivo do tempo.
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