sábado, 11 de junho de 2011

QUIRÓN O CENTHAURUS COM PE TAMANHO 43

Interessante como um pé 43 pode mexer com uma pessoa. Para que será que serve um pé 43? Para me segurar, senão eu caio, diz o dono dele. Acho que não.

Os pavões têm pés pequenos. E eles seguram firmemente toda aquela empáfia, aquele orgulho, aquela vaidade. Aquela vontade de ser o mais bonito. Claro que é necessário que toda essa beleza viva fechada, escondida dentro das asas, pois se estas ficarem abertas o tempo todo ele perderá o equilíbrio. Os pavões têm problemas de equilíbrio, e por isso vivem fechando suas asas e abrindo só quando não agüentam mais a solidão e mostram sua beleza para tentar conquistar olhares.

E o pé 43? Ah, esse nunca pode fechar suas asas, e nem acha que precisa. Fica o tempo todo ostentando sua vaidade, sua empáfia, seu orgulho de ser o máximo, o melhor, o mais engraçado, o mais espirituoso, o grande pensador, o filósofo, o artista, o máximo. Aquele que pode decidir a hora e o momento de dar, aquilo que quer dar, a quem ele achar que precisa. E como ele é generoso!!! (ah,ah). Quando resolve a quem dar, e o que dar, se sente tão recompensado!! Pena que não se sinta assim quando recebe só aquilo que merece. Ah, nesse momento, o mundo é atroz, perseguidor, cheio de pessoas más que moram em castelos de pedras (ou em qualquer favela).

Será que as pessoas que resolvem morar em castelos de pedras não estão simplesmente tentando se proteger do magnífico Pé 43, aquele que só dá o que acha que os outros merecem e na hora que ele acha que deve? Será que quando elas (as dos castelos de pedras) querem mostrar que são o máximo não estão tentando superar o que receberam o tempo todo (ou não receberam...)?

Não sei, pois não tenho pé 43. Mas se tivesse, pensaria no assunto.

Será que o pé 43 realmente escreve poesias, poemas, contos, para alguém, ou só para que todos os alguéns leiam e achem o máximo? Será que quando ele escreve está realmente “pensando” ou “sentindo” alguém, ou procurando as palavras certas para ser admirado e aplaudido por seu ”poesismo”?

Não sei, não sou poeta, mas se eu fosse, pensaria nisso.

Será que um pé tão grande também precisa de ouvidos? Ou só de boca? Ouvidos são dois, têm uma capacidade dobrada de exercitar sua função. Podem ser usados e reusados em seu próprio benefício e no dos outros. Mas a boca não. É só uma e portanto, já que tem que atender alguém, que seja “ao meu pirão primeiro” pensa o pé 43 (ah, e age assim também).

Não sei, mas se eu fosse um Pé 43 pensaria muito nisso, mas pensaria das duas formas, com a cabeça e com o coração. Com a cabeça que está bastante distante do pé e portanto não pode se contaminar com as idéias dele (o pavonismo) pela simples imposição da distância dos territórios. E com o coração que, por estar bem guardado e pertinho da parte divina dele mesmo, não se deixará contaminar por nada que não seja pelo amor incondicional, aquele que lhe foi transmitido por seu Pai, o Criador, que felizmente não calça 43 e nem precisaria pois está sempre em perfeito equilíbrio, independentemente do tamanho do pé que tenha.

Se eu fosse um Pé 43 prestaria mais atenção nas pessoas, no que elas têm para dar e para receber, no que elas realmente são e o que elas precisam. Não construiria um “castelo de borracha” para morar, não seria tão egoísta, tão pretensioso, pararia de tentar ser tão perfeito ao ponto de achar que todos são tão imperfeitos. Se eu fosse um Pé 43 aprenderia o mais rápido possível que somos todos espelhos uns dos outros. Que se algo ou alguém, de alguma forma está me dando ou não alguma coisa, é só uma manifestação da lei de causas e efeitos.

E aí eu não me incomodaria com o tamanho do meu Pé 43, mas com o tamanho das atitudes que eu não tomo em relação à vida.


Quirón,

Eu gostaria de ter encontrado em você aquilo que venho procurando há 50 anos. A outra metade da minha alma. Mas a metade verdadeira. Minha alma é de poeta e minha vida também tem sido. Procure no dicionário o significado da palavra “poesia”. Mas não use esse significado em proveito próprio. Use-o em favor das outras pessoas. Use-o para levar até as pessoas o verdadeiro significado da vida, que é o trocar, o compartilhar, o dar e receber. Se você acredita que tem o dom divino dos poetas, esse não será para você se deleitar com ele, e sim a humanidade, ou todos aqueles que precisarem de sua poesia, de seu amor incondicional, de suas belas palavras mas para acalmar o coração das outras pessoas, e não o seu.

O bom poeta também lê as poesias dos outros. Também reconhece a beleza delas.

Será que algum dia você realmente leu as mensagens que mandei para você, ou só passou os olhos por cima e não guardou nada? Se fez isso me desculpe meu amigo, mas ainda falta muito para você ser um poeta de verdade.

Ah, antes que você entenda mal minhas palavras, quando escrevo essas coisas não sou psico terapeuta, sou poeta. Psico terapeutas não conhecem a alma humana. Aprendem a conhecer o funcionamento do sistema psico-biofisico-emocional das pessoas que é o que fazemos na faculdade.

Mas a poesia, a alma, o amor aprendemos dentro de nós, no decorrer da existência, aprendemos com Deus.

Vera Lucia Eleone - 2006

(? Será que tenho um titulo?)

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