quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Quando chega a sabedoria!

 A menopausa é o limiar do tempo mais sagrado da existência terrena da mulher, tempo em que ela pode finalmente descobrir os significados mais profundos que busca.

Este rito de passagem é comumente silencioso, uma jornada quase não mencionada e misteriosa.

Fazemos brincadeiras com nossas ondas de calor na tentativa de torná-las menos assustadoras, mas não fazemos ideia de que tais sintomas de desequilíbrio hormonal são também o acender de um fogo interior que prepara a mulher para uma nova fase incrivelmente poderosa de sua vida.

A fase de mudanças é um período de liberação em que a mulher começa a colher os frutos de tudo o que ela aprendeu e realizou. A menopausa é um processo de renascimento do qual a mulher emerge com novas responsabilidades, novos espelhos e novo poder.

Infelizmente, ainda permanece arraigado em nossa sociedade de que com a idade ficamos feias e em consequência disto, as mulheres costumam acreditar que perderão terreno para mulheres mais belas e mais jovens, que quando sua beleza exterior se desvanecer, elas perderão seu poder. Se não mudarmos a maneira de perceber o significado mais profundo da vida, essa suposição continuará sendo, pelo menos parcialmente, verdadeira.

Precisamos reaprender a ver a profunda beleza interior que advém da idade – a beleza que se torna visível pela virtude de seu poder inato. Ao perceber essa beleza, você a expressará e todos com quem você entrar em contato serão influenciados por sua força recém-descoberta, sua consciência elevada e o encanto que emana do fundo do seu ser.

Com a invenção da letra impressa, o propósito e a posição da pessoa idosa mudou definitivamente na sociedade. Desde o advento da letra impressa não houve mais a necessidade das histórias contadas à luz do fogo, noite adentro. Não há mais casos narrados sabiamente pelos avôs e avós da aldeia que tinham vivido a história que seus descendentes ansiavam por ouvir. Houve um tempo em que os anciões eram importantes, eles detinham posições respeitáveis. Hoje, tudo isso mudou. Nas antigas tradições um velho ou uma velha sempre foi a pessoa mais poderosa e respeitada de seus membros, e tradicionalmente as mais sábias de todos eram as mulheres, as que detém seu poder e seu sangue. Elas são mulheres de sangue sábio, as mulheres que passaram para a menopausa.


Diferente da mulher que menstrua e que entra em contato com o seu poder interior durante a fase menstrual, a mulher pós-menopausa tem acesso permanente aos planos sutis, podendo ultrapassar o limiar entre os mundos sempre que quiser, não mais restringida pelo seu ciclo. Adquirindo esta nova habilidade da percepção constante dos dois mundos, a mulher, ao guardar seu sangue e não mais vertê-lo, torna-se uma curadora, xamã, profetisa ou sacerdotisa em potencial. Este era o dom reconhecido e valorizado antigamente, quando as mulheres idosas eram respeitadas como conselheiras, guardiãs das tradições, intermediárias entre a comunidade e os espíritos ancestrais, mestras nas curas, oráculos e nos ensinamentos passados para as novas gerações.

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